UM SALMO DE DAVI
1-3 Estou determinado a vigiar meus passos e minha língua, para que eles não me ponham em confusão. Decidi que controlaria minha língua quando o ímpio estivesse por perto. “Bico calado”, ordenei a mim mesmo e fiquei quieto. Entretanto, quanto mais eu guardava silêncio, Pior ficava. Meu coração queimava por dentro; Meus pensamentos borbulhavam; então, eu disse tudo que estava pensando:

4-6 “O que está acontecendo, ó Eterno? Quanto tempo ainda tenho de viver? Conta logo a má notícia! Sempre me mantiveste com pouca comida; minha vida é uma corda bem curta, de difícil resgate. Somos todos sopros de ar. Somos sombras projetadas de uma fogueira. Somos apenas cuspe ao vento. Acumulamos riqueza mesmo sem saber quem ficará com ela.

7-11 “E o que estou fazendo enquanto isso, Senhor? Esperar é o que faço — torcendo Para que me salves da vida desregrada, do desprezo dos tolos. Não direi mais nada: vou calar a boca, porque tu, Senhor, é quem está por trás de tudo isso. Mas não estou aguentando mais. Quando nos fazes passar pelo fogo, para nos purificar dos nossos pecados, nossos ídolos mais queridos — tudo que mais valorizamos — desaparecem na fumaça. De fato, não passamos de um sopro.

12-13 “Ah! Eterno! Ouve minha oração, meu Choro! Abre os ouvidos. Não sejas insensível, apenas olha para as minhas lágrimas. Sou um estranho aqui. Não conheço o caminho. Sou um imigrante, e minha família também. Dá-me algum alívio, vai devagar comigo, antes que seja tarde demais e eu deixe de existir.”